quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Orientações para o planejamento - Educação Física

ORIENTAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – 2014.

Educação Física é a disciplina que trata da socialização e da construção de conhecimentos relativos à cultura de movimento, representada pelas categorias de ginástica, jogo, esporte, luta e atividades rítmicas. 
Essas categorias correspondem a um patrimônio sociocultural que foi criado, aperfeiçoado, transformado e é transmitido de geração em geração. Na escola, a Educação Física é a responsável pela construção e aplicação pedagógica desse patrimônio nas aulas, através da seleção e da organização de um conjunto de conteúdos procedimentais, conceituais e atitudinais a serem disseminados numa situação do processo ensino-aprendizagem. 
Assim, no currículo escolar, a cultura de movimento pode ser compreendida, também, como um conjunto de produção e reprodução dinâmica de significados e construção de sentidos, fundamentos e critérios desse patrimônio sociocultural, que delimita, dinamiza e/ou constrange o Se Movimentar dos sujeitos, base do diálogo expressivo dessa disciplina com o mundo. 
Desse modo, a apropriação dos saberes envolvidos nessas atividades constitui-se num pressuposto, especialmente, relevante para que os alunos adquiram ferramentas para primarem pela busca contínua de uma melhor qualidade de vida.                      
Ao longo da escolarização nos anos finais do Ensino Fundamental, as habilidades e competências para com o trato com a Educação Física podem ser assim expressas:  
Identificar as modalidades de cada prática da cultura de movimento; 
reconhecer as características específicas e de funcionamento de cada prática da cultura de movimento; 
comparar as características de cada entre prática da cultura de movimento; 
estabelecer relações entre cada prática da cultura de movimento, bem como, entre os eixos temáticos que permeiam a aprendizagem. 
Do mesmo modo, ao longo da escolarização do Ensino Médio, as habilidades e competências para o trato com a disciplina podem ser assim expressas: 
Analisar as modalidades de cada prática da cultura de movimento com os eixos temáticos; 
selecionar, relacionar e interpretar as características de cada modalidade das categorias da cultura de movimento (eixos de conteúdo) com os aspectos e informações presentes nos eixos temáticos; 
relacionar os aspectos do Se-Movimentar com a criação de novas modalidades presentes na cultura de movimento, bem como, com a criação de novos hábitos motores em atividades cotidianas de lazer e de trabalho. 
Para concluir lembramos que, ao elaborar o planejamento, o professor deve levar em conta os resultados obtidos, inclusive, após análise de registros da Avaliação da Aprendizagem em Processo – AAP e consulta aos Comentários e Recomendações Pedagógicas, que acompanham a AAP. 
É importante priorizar propostas de atividades e projetos que abram possibilidades de participação dinâmica nas situações de aprendizagem, para que os alunos desenvolvam os saberes que integram a área de Linguagens. 
É preciso favorecer a motivação, problematizar, propor experiências que permitam aos alunos articular novos conhecimentos àqueles já conquistados anteriormente. Promover junto aos alunos, o hábito de refletir sobre o próprio processo de aprendizagem, avanços e dificuldades, é um encaminhamento desejável, pois auxilia o professor em suas tomadas de decisão, respeitando a diversidade e as relações que se estabelecem no contexto ensino/aprendizagem.  


ORIENTAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DOS ANOS INICIAIS -  1º AO 5º ANOS 
O início de um ano letivo é o momento destinado à recepção do aluno no interior da escola; uma instituição que tem por função histórica o papel destinado ao ensino. Receber o aluno dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental significa mergulhar no universo da infância e compreender sua expressão numa instituição que tem por finalidade socializar o conhecimento sistematizado. 
Todavia, é importante ressaltar que ao longo do Ensino Fundamental, o aluno deverá percorrer instâncias variadas, chegando ao final do terceiro ciclo com uma formalização do ensino que, gradativamente, se distancia da infância, do brincar e do fantasiar, com o imaginário cedendo espaço para a concretude dos fatos e para a realidade educacional. Assim, nos anos iniciais, o aluno deverá ser recebido e tratado como uma criança que vive o brincar e, dentro da brincadeira pode ser conduzido para um aprendizado escolar. 
Ao longo do primeiro e do segundo ciclos, as situações de aula devem caminhar num percurso que introduzam o discente, gradativamente, em contextos mais formais de aprendizagem. Pensar em Educação Física nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental requer avaliar como esse aluno pode ser inserido numa situação de aprendizagem que lida com a exposição motora e corporal do mesmo, em variadas atividades físicas. Normalmente, essa exposição ocorre de forma mais espontânea em atividades cotidianas do lazer e do brincar. Na escola, as atividades em sala de aula restringem a ação do aluno para atividades, prioritariamente, de cunho intelectual. Contudo, a aula de Educação Física favorece que o cenário de exposição motora e corporal desencadeie a liberdade ou o constrangimento de ações perante os demais colegas. 
O mundo contemporâneo traz em seu bojo características muito peculiares com relação à possibilidade de construção da identidade motora na infância, dados os aspectos de diminuição dos espaços destinados ao lazer e práticas de atividades livres do brincar. A televisão, o computador e os jogos e brinquedos eletrônicos acabam por tomar conta do tempo que, em décadas anteriores, era destinado para as brincadeiras populares, os jogos infantis e outras atividades da infância que acabavam por favorecer a construção e aquisição de uma série de movimentos pertencentes às habilidades motoras básicas de locomoção, manipulação e estabilização, através da interação estabelecida entre a criança e o meio ambiente em que brincava. 
Nos dias atuais, em virtude dessa limitação das possibilidades do brincar corporal, o repertório motor do aluno tende a não se enriquecer de experiências ao longo da primeira infância, chegando esse discente nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com cinco anos e meio ou seis, com grande defasagem nos movimentos que poderiam ter sido aprendidos, em diferentes interações que a própria infância teria propiciado e estimulado no campo motor. 
A Educação Física é a disciplina que permite ao aluno a apropriação de conhecimento relacionado com a apropriação da cultura de movimento, expressa pelas categorias de jogo, esporte, ginástica, atividade rítmica / dança e luta. Essas categorias são manifestações que foram criadas pelo ser humano, aperfeiçoadas, transformadas e são transmitidas de geração em geração. Nesse sentido, essas manifestações e todas as suas variações e derivações correspondem a um patrimônio cultural que deve ser socializado em situações de ensino e aprendizagem no decorrer das aulas escolares. 
De acordo com o cenário do mundo contemporâneo descrito acima, é preciso entender que nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o aluno se depara com as primeiras experiências relacionadas com o contato procedimental na cultura de movimento, desde as brincadeiras populares, jogos infantis até manifestações mais elaboradas que devem ser estimuladas ao final desse período de escolarização. Para atuar nas diversas manifestações da cultura de movimento, diversos conhecimentos prévios são solicitados nas atividades, os quais se referem à construção da identidade motora infantil, relacionados com o conhecimento dos próprios movimentos do corpo, da atuação corporal em diversas orientações espaciais, temporais, com controle e exposição de esforços e, por não dizer, do desenvolvimento das várias capacidades físicas e neuromotoras. Assim, as aulas de Educação Física Escolar – EFE - devem propiciar essa construção da identidade infantil, a partir da apropriação das manifestações culturais em que se concretizam. 
Em 2013, a rede pública estadual de ensino iniciou a aplicação parcial do material denominado de Orientações Curriculares de Educação Física nos Anos Iniciais, com a finalidade de validar os conteúdos e projetos construídos, enquanto subsídios para implantação de um currículo integrado ao trabalho realizado na educação básica. 
O material foi, gradativamente, testado quanto à sua validação na EFE e redimensionado segundo as sugestões dos especialistas da área, atuantes nas diversas unidades escolares pertencentes às regiões da capital e do interior do Estado. Em 2014, tem-se a possibilidade de aplicação integral dessas Orientações respeitadas às características de cada escola, juntamente com as peculiaridades de cada comunidade e de seu entorno, o que atribui um tom peculiar, especial e particular ao Currículo em cada Unidade. 
Apesar de uma matriz indicativa de conteúdos mínimos a serem tratados na escolarização é preciso entender que cada instituição, com diferentes professores, acaba por adaptar esse Currículo numa proposição pessoal, em conformidade com as necessidades e características locais. Como ponto de partida para o trabalho no ano letivo de 2014, tem-se a matriz curricular, com a proposição de conteúdos distribuídos hierarquicamente, de acordo com a sugestão da própria rede. 
O início da matriz é marcado para cada ano escolar por um período reservado para o diagnóstico a ser efetuado com o aluno. Esse diagnóstico tem por finalidade favorecer ao professor a aproximação com cada aluno, permitindo conhecê-lo, levantar o conhecimento prévio, verificar as dificuldades e dimensionar as necessidades de intervenção profissional a serem aplicadas nas proposições de aula, de modo a favorecer a construção de um trabalho qualitativo e efetivo de aprendizagem na Educação Física Escolar -EFE. 
Para o aluno, o diagnóstico organizado e distribuído num conjunto de aulas, funciona como ponto de contato com a figura do professor comandando atividades práticas da cultura de movimento atreladas com o momento do lazer e do brincar de seu cotidiano, que na escola têm por finalidade levá-lo a uma aprendizagem em vários níveis de conteúdos procedimentais, conceituais e atitudinais. 
O diagnóstico, também, representa um momento para o aluno entrar em contato com os demais colegas e, principalmente, entrar em contato consigo mesmo em situações de atuação em diversas e diferentes práticas motoras. Dessa maneira, o diagnóstico tem por missão, introduzir o aluno numa disciplina que tem um patrimônio cultural a ser disseminado e que solicita a aprendizagem e a vivência de uma série de experiências atreladas às habilidades motoras amplas e ao conhecimento das potencialidades do próprio corpo em ação. 

DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico tem por fim imediato avaliar o aluno na entrada do ano letivo. Porém, o planejamento e a elaboração do diagnóstico devem atender a algumas questões básicas para sua formulação: Qual é a finalidade da Educação Física Escolar (EFE) nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? O que se espera de um aluno na aula de EFE, do primeiro ao quinto ano? Como se espera que chegue o aluno do primeiro ano na escola? Quais foram os conhecimentos e aprendizagens efetivadas na EFE, em 2013, para o aluno do segundo, terceiro, quarto e quinto anos? Com base nos dados obtidos no diagnóstico, quais são os encaminhamentos a serem empreendidos nas aulas de EFE? Essas questões devem funcionar como ponto de reflexão para o professor organizar seu diagnóstico e centrar os esforços para observar cada sala de aula, com vistas ao dimensionamento do planejamento anual junto ao quadro curricular sugerido. 
Não é intenção desse documento indicar as atividades práticas a serem desenvolvidas por cada professor, mas, sim, oferecer suporte e indicações de observação do discente no início do ano letivo. Ao professor cabe utilizar sua liberdade para escolher as melhores atividades, dentro dos conteúdos apontados. Como indicação a equipe CGEB sugere como ponto de partida, o conteúdo previsto na matriz curricular para início de cada ano de escolarização. As atividades a serem desenvolvidas ficam a cargo do professor escolher aquelas com que tem maior familiaridade, ou que já tenha testado em anos anteriores e obtido um resultado favorável à aprendizagem e ao oferecimento de respostas paras as questões acima apresentadas. 
Assim, considerando-se a matriz curricular como ponto de referência para a organização do diagnóstico é importante lembrar que do primeiro ao quinto anos, o conteúdo inicial da cultura de movimento é o Jogo, com as seguintes manifestações: 






  
APÓS O DIAGNÓSTICO
Conforme discutido acima, o diagnóstico serve para a tomada de contato com o aluno e o levantamento dos conhecimentos prévios e aprendidos que ele carrega. Em virtude do diagnóstico iniciar com o primeiro conteúdo previsto na matriz para cada ano, ao terminá-lo, a continuidade do trabalho escolar dar-se-á de forma sequencial, sem uma ruptura de conteúdos. Assim, pode-se dar continuidade com as sequencias de aprendizagens, envolvendo os conteúdos hierarquizados na matriz, ou a aplicação de projetos multidisciplinares que tratem de alguns conteúdos de forma integrada em temáticas mais amplas. 
Em 2013, foram apresentados alguns projetos como sugestões de trabalho: O futebol da escola; Usando bem...que mal tem?; Jogando no tempo livre; Como é bom brincar; Jogando em letras. Todos os projetos foram elaborados com conteúdos que podem ser tratados nos cinco anos iniciais da escolarização. Assim, em 2014, a mesma temática de projeto pode ser repetida em todos os anos, com conteúdos diferentes e com aprendizagens mais elaboradas para o trato com os conteúdos. 
É importante lembrar que em 2014 haverá a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, tema que mobilizará muitas escolas para um trabalho interdisciplinar. Dados os aspectos que permeiam o Futebol na cultura de movimento e a sua pertinência enquanto conteúdo específico da disciplina é de extrema relevância que se articule um trabalho com a temática na EFE junto às demais atividades presentes na Escola. 
Desse modo, as unidades escolares podem usar o projeto Futebol da Escola como ponto de partida para esse trabalho e, depois realizar as adaptações necessárias para cada comunidade escolar. Destaca-se, também, que cada unidade escolar pode criar o seu próprio projeto, de acordo com o projeto político pedagógico e atrelado com os conteúdos previstos e hierarquizados para a EFE. 
Assim sendo, cabe à equipe CGEB/SEE desejar a todos os professores um bom início de ano e sucesso na efetivação de um trabalho qualitativo em EFE em 2014.

Documento Original

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